sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Share Igreja Presbiteriana do Brasil comemora sesquicentenário


Faltou espaço na Catedral Presbiteriana do Rio, no Centro da cidade, para receber tantos visitantes. Pastores, presbíteros, diáconos e membros da igreja de todo o país, além de representantes de 30 outros países estiveram na manhã desta quarta-feira (12) participando do ato-cívico religioso comemorativo do sesquicentenário da chegada do Presbiterianismo ao Brasil.
O Rev. Guilhermino Cunha, coordenador do evento, e o Rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, receberam na Catedral o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, o Governador do Rio, Sérgio Cabral, e o Prefeito da Cidade, Eduardo Paes.
Foi um evento especial, do qual também participaram o missionário Ashbel Green Simonton, que chegou ao Rio de Janeiro em 1859 trazendo os ideais do Presbiterianismo, e a mulher dele, Helen, representados por dois fiéis vestidos a caráter com roupas daquela época. Após o Hino Nacional, coube ao Rev. Guilhermino fazer a saudação. Ele disse ser o Presidente um homem “eleito pelo povo e abençoado por Deus”. Já o Rev. Roberto Brasileiro elogiou Lula pelas ações sociais de seu governo. Ele lembrou, ainda, que a Igreja Presbiteriana jamais foi a uma esfera de governo pedir ajuda financeira para qualquer atividade. “Muito pelo contrário, estamos sempre dispostos a colaborar para o engrandecimento de nosso país”, ressaltou. Ele também comentou que Lula estava cumprindo “uma agenda de 50 anos” e lembrou que, na mesma Catedral, quando da comemoração do centenário da IPB, o Presidente Juscelino Kubitschek esteve presente.
Lula, por sua vez, exaltou a Igreja Presbiteriana e o trabalho que ela realiza desde a chegada de Simonton ao país. O Presidente lembrou que o trabalho do missionário permite que, até hoje, o Brasil seja reconhecido como um Estado laico. “A semente plantada por Simonton encontrou solo fértil em meio ao nosso povo. Rapidamente, a igreja ganhou adeptos entre nós. E, sem divorciar-se dos laços históricos com o protestantismo europeu e americano, tornou-se uma religião de brasileiros que passaram a administrar a instituição, além de administrar os cultos. A institucionalidade alcançada ainda no Império se consolidou nesse século e meio de existência. E representou um fato fundamental para a criação de diversas outras denominações, contribuindo e muito para a diversidade e a liberdade religiosa no nosso país”, disse o Presidente.
Lula disse que só mesmo “por obra de Deus” pode explicar o fato de estar na Presidência da República. “Onde está escrito que um homem, com apenas quatro anos de estudo, poderia ser Presidente do Brasil. E quem poderia prever que um grande empresário se uniria a um operário?”, perguntou. “Só mesmo por obra de Deus”, reafirmou, antes de pedir oração pelo Vice-Presidente José de Alencar e pela Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, ambos em tratamento contra o câncer.
“Estou de alma lavada. Sérgio (dirigindo-se ao Governador Sérgio Cabral), este é um daqueles dias em que chegamos ao final satisfeitos. Valeu a pena viver meu cristianismo por algumas horas”, agradeceu.
O Governador Sérgio Cabral, bem-humorado, elogiou Simonton pela escolha do Rio de Janeiro. “Logo ao chegar ao Brasil ele escreveu falando das belezas da cidade. Sem dúvida era um jovem missionário de muito bom gosto”, brincou. Cabral, porém, não escondeu a tristeza pela degradação da cidade nos últimos anos. Mas ressaltou a recuperação do Rio, assim como de todo o Estado, graças à parceria com o Governo Federal. “O Presidente Lula, assim como Simonton, ama esta cidade e este estado e tem sido um grande parceiro nas lutas que temos travado para melhorar a vida do nosso povo. Vivemos um grande momento de recuperação econômica e social, em razão desse apoio”, comentou. O Governador destacou o papel da Igreja Presbiteriana na luta contra as desigualdades sociais e no esforço pela propagação da paz no estado. “Se há algo que marca a Igreja Presbiteriana é a reputação de seus líderes, é a seriedade com que eles conduzem a palavra da fé sem o usufruto dessa palavra para diminuir o ser humano”, destacou Cabral.
Diversos outros políticos e autoridades estiveram na Catedral Presbiteriana, como o Vice-Governador Luiz Fernando Pezão, o Senador Marcelo Crivela, a Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Benedita da Silva, e o Deputado Federal Arolde de Oliveira.
Ao final da solenidade, o Supremo Concílio e os representantes das delegações estrangeiras foram para a Praça Mauá, na Zona Portuária, onde foi inaugurado o monumento escultório interativo do casal Simonton e Hellen.
Sergio du Bocage
Fonte: www.ipb150anos.com.br

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